As crianças são seres frágeis e que precisam de muito apoio e de uma boa educação a fim de se tornarem cidadãos. Aquelas que por alguma razão tiveram a infelicidade de não ter alguém que as amasse, encontram-se em orfanatos, onde por mais exemplar que seja o trabalho dos auxiliares, em nada se compara ao suporte que uma família coesa lhes proporcionaria estabilidade. Muitos são os casais do mesmo sexo que procuram a última peça dos seus puzzles, uma vida, um ser, que em tudo bastava para a realização de um ideal. A adopção homoparental não soluciona apenas o dilema dos casais homossexuais mas também a angústia constante em que vivem aqueles que se encontram na montra na expectativa de um consolo.
O 6º princípio da declaração dos direitos das crianças reclama que as mesmas devem crescer num ambiente de amor, segurança e compreensão, e os casais do mesmo sexo têm a possibilidade de lhes oferecer semelhante. Ainda que alguns pensem que tal não é verdade, a ideia destes cai por terra face a exemplos semelhantes aos de Steven and Roger Ham, um casal gay que criou de forma digna 12 crianças adoptadas, como se tal não bastasse pode-se ainda pôr em causa qual a capacidade superior que um casal heterossexual tem, face aos casais homossexuais, para amar e instruir uma criança, pois sendo ambos os casais inexperientes terão que ultrapassar as mesmas dificuldades que acarreta a responsabilidade de se ter um filho. Outros afirmam a necessidade da presença de um pai e de uma mãe no desenvolvimento de uma criança opondo-se deste modo à adopção homoparental. Para estes servem-se-lhes de exemplo os milhares de pais e mães que criaram sozinhos os seus filhos, e onde a ausência destas figuras não foi tão crucial como alguns tentam mostrar, e se a presença de uma pessoa de cada sexo é assim tão importante, um tio, uma tia, um amigo ou uma amiga, que seja mais chegada, pode preencher esse espaço. A discriminação e consequente sofrimento que as crianças adoptadas por casais homossexuais podem eventualmente ser alvo, é razão suficiente para alguns, mas estes esquecem-se que quem os crítica são filhos de pais heterossexuais, pois como diz o adágio “Quem tem tectos de vidro não atira pedras ao vizinho” assim sendo este contra argumento transforma-se facilmente num argumento, porque se os filhos dos heterossexuais têm este comportamento então é porque a educação que lhes é facultada em casa não é minimamente moral, e se assim o é então a teoria de que os casais homossexuais são menos capazes fica cada vez mais exígua. Por último existem os que pensam que uma criança quando criada num seio homossexual será obrigatoriamente homossexual, primeiro a homossexualidade não é nenhuma doença, nem algo semelhante, e caso esta regra se verificasse então todas as crianças criadas por casais heterossexuais seriam todas heterossexuais e tal não se verifica, pois isto implicaria a não existência da homossexualidade. Resta ainda dizer que a orientação sexual não é deliberada e factores como a educação ou pais em nada influenciarão a orientação de um ser, caso contrário o mesmo não se verificaria no resto da fauna.
Em jeito de conclusão, a adopção homoparental deveria ser vista por outros olhos pelo que foi apresentado atrás, e se tal continua a ser algo difícil de interiorizar para alguns, para esses fica a questão, preferiam dizer que têm duas mães ou pais ou ter que ficar com os espaços dos questionários sobre a família em branco?